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Hoje é 11 de julho, Dia de São Bento!
Há muito o que escrever sobre este santo e a ordem religiosa por ele fundada. Lembremos da resistência dos monges beneditinos aos sucessivos ataques franceses à costa do Rio de Janeiro no início do século XVIII, da faceta educativa do Colégio de São Bento, fundado há quase dois séculos, e dos diversos terrenos ocupados pelos beneditinos desde sua chegada à cidade, e veremos que esta não será uma postagem curta – nem única!
Esta postagem traz uma novidade: as imagens estão encaixadas ao longo do texto, de modo a conferir maior conforto visual para o leitor. À leitura, então!
Bento de Núrsia nasceu no ano de 480 na cidade de Núrsia, na região da Úmbria – atual Itália. De família nobre, era irmão gêmeo de Santa Escolástica. Aos 20 anos abandonou a família e foi viver como eremita numa gruta. Em 528, fundou a Abadia de Monte Cassino, na região de Nápoles, também na atual Itália. Ali escreveu o que hoje se conhece como Regra de São Bento, plantando as sementes que ajudaram a Ordem Beneditina a se tornar uma das mais bem-sucedidas ordens monásticas do mundo.
Iconograficamente São Bento é representado com barba, na maioria das vezes, e com as vestes beneditinas. Seus principais atributos são um corvo com um pão envenenado na boca, um cálice de onde sai uma serpente ou um cálice quebrado – em alusão às tentativas de assassinato por envenenamento de que teria sido vítima; um livro, em alusão à Regra de São Bento; uma cruz; e o báculo, já que foi abade.
No Brasil, os primeiros monges beneditinos aportaram em Salvador, na Bahia, no ano de 1589, e já em 1590 dois representantes – Pedro Ferraz e João Porcalho – desembarcavam no Rio de Janeiro para disseminar a palavra de Deus. Constituem-se os beneditinos, pois, na segunda ordem religiosa a se estabelecer na cidade, atrás apenas dos jesuítas, que aqui chegaram junto com os fundadores, em 1565.
Após curto período abrigados na pequenina Capela de Nossa Senhora do Ó, na atual Praça XV, hoje desaparecida, os dois monges beneditinos receberam em doação uma vasta porção de terra junto ao morro hoje conhecido como de São Bento. Ali se instalaram, sob a condição – imposta pelos doadores, Manoel de Brito e seu filho, Diogo de Brito de Lacerda – de manter no local a invocação à Nossa Senhora da Conceição, já então praticada, bem como dar uma morada final própria e digna aos seus benfeitores.
A primeira exigência, como notamos, não se concretizou. A igreja acabou recebendo a invocação à Nossa Senhora de Monserrate. Já Diogo de Brito de Lacerda – ou pelo menos a lápide de mármore com seu nome[1] – repousa em paz bem no centro da igreja atual.
O projeto original da igreja, de 1617, é do engenheiro militar português Francisco Frias de Mesquita, cuja planta previa uma única nave. Em 1670, Frei Bernardo de São Bento Corrêa de Souza alterou o projeto original, conferindo-lhe três naves e alongando a capela-mor. As duas obras se iniciaram, respectivamente, em 1633 e 1670.
O frontispício em cantaria com seus três arcos é a parte mais antiga da fachada atual. Foi construído entre 1666 e 1669.[2]
Tanto a fachada como a talha interna são exemplos extremos em suas respectivas simplicidade e exuberância, podendo ser classificadas maneirista, a fachada, e barroco, o interior. Parecem querer transmitir uma mensagem ao homem cristão: que ele seja simples por fora e rico por dentro.

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A igreja possui 8 capelas laterais, ditas de Irmandades. Na nave esquerda, sucedem-se as capelas de São Caetano, Nossa Senhora do Pilar, Santo Amaro e Santíssimo Sacramento – esta última considerada um dos expoentes máximos do estilo rococó no Brasil. Foram construídas entre 1685 e 1688.

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Na nave direita, indo da entrada da igreja em direção à capela-mor, estão as capelas de São Brás, Santa Gertrudes, São Lourenço e Nossa Senhora da Conceição. Foram executadas entre 1677 e 1688.

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Os três portões atuais da igreja foram fundidos em ferro na Inglaterra em 1880, e substituíram os antigos, produzidos entre 1750 e 1754.

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Dois grandes lampadários de prata, pesando 227 kg cada, pendem do teto da igreja, na altura das capelas do Santíssimo, à esquerda, e de Nossa Senhora da Conceição, à direita. Foram moldados por Valentim da Fonseca e Silva – o Mestre Valentim – e executados por Martinho Pereira de Brito e João Paulo Meira entre 1781 e 1795.

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Segundo o Guia da Arquitetura Colonial, Neoclássica e Romântica no Rio de Janeiro, o claustro da Igreja de Nossa Senhora de Monserrate, projetado em 1743 pelo engenheiro militar José Fernandes Pinto Alpoim, o Brigadeiro Alpoim, é o melhor do gênero na cidade do Rio de Janeiro.
Por hoje é só!
Fontes:
Alvim, Sandra. Arquitetura Religiosa Colonial no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora UFRJ; IPHAN; Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1999.
Czajkowski, Jorge (org.). Guia da Arquitetura Colonial, Neoclássica e Romântica no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 2000.
Maurício, Augusto. Templos Históricos do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora Grafica Laemmert, 1946.
Rocha, Mateus Ramalho. O Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro 1590/1990. Rio de Janeiro: Studio HMF, 1991.
[1] Dom Mateus Ramalho Rocha OSB, no livro O Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro 1590/1990, informa que não é Brito de Lacerda que se encontra ali…
[2] Segundo Dom Mateus Ramalho Rocha OSB no livro O Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro 1590/1990.
BELEZA IMENSA!!!!
IMPRESSIONANTE!!!!
Muito linda conheço minha neta foi batizada foi emocionante muito linda
lindo e esplêndido: a arte e a história! Parabéns e obrigado aos monges que conservam com trabalho e oração uma das mais ricas peças da arte colonial barroca brasileira.