Olá, amigos! Está já vai ser a quarta postagem sobre a riquíssima decoração externa do Museu Nacional de Belas Artes, localizado na Avenida Rio Branco, 199, no Centro.
O projeto original do museu, de Adolfo Morales de los Rios, previa 8 nichos para a colocação de esculturas relativas às grandes civilizações da Antiguidade, abaixo das quais estava escrito o nome de cada uma dessas civilizações. Os nichos estão hoje vazios, pois o concurso que previa a execução das esculturas foi suspenso ainda em 1912.[1] Acima desses nichos vazios estão os 8 baixos-relevos em terracota executados por Cunha e Mello aqui estudados.
Honorio da Cunha e Mello (1879-1949) foi um escultor brasileiro nascido no Recife (PE) e falecido no Rio de Janeiro. Foi aluno de Zeferino da Costa e de Rodolfo Bernardelli na Escola Nacional de Belas Artes, cujo prêmio de viagem de cinco anos à Europa conquistou por concurso em 1908, e da qual seria professor de Escultura de Ornatos entre 1916 e 1922, no impedimento de Petrus Verdier. A partir de 1906 participou por diversas vezes do Salão Nacional de Belas Artes, no qual recebeu medalha de ouro em 1926. É de sua autoria a herma de Clarisse Indio do Brasil, no Rio de Janeiro, conservando o Museu Nacional de Belas Artes seu bronze O Pensador.[2]
Ocupando todo um quarteirão, o museu está limitado frontalmente pela Avenida Rio Branco e faz fundos com a Rua México. As fachadas laterais dão para a Rua Heitor de Melo e para a Rua Araújo Porto Alegre. Um pedestre que comece a observar os 8 baixos-relevos executados em terracota por Cunha e Mello por toda a extensão da fachada verá: a Pérsia e a Assíria na Rua Heitor de Melo, o Egito, a Grécia, Roma e a America na Avenida Rio Branco e, por fim, a India e a China na Rua Araújo Porto Alegre.
Abaixo estão reproduzidos 7 dos 8 baixos-relevos em terracota ainda existentes, na ordem em que são descritos acima. O primeiro dessa ordem – relativo à PERSIA -, infelizmente, encontra-se obstruído por uma árvore, o que vem tornando difícil seu registro fotográfico.
Nas legendas das imagens esforcei-me por determinar cada construção representada pelo artista, uma pesquisa que me deu um bom trabalho, mas que ao final resultou em grande satisfação.
[1] Ricci, Claudia Thurler. A Escola Nacional de Belas Artes – Arte e técnica na construção de um espaço simbólico. 19&20, Rio de Janeiro, v. VI, n. 4, out./dez. 2011. Disponível em: <http://www.dezenovevinte.net/arte decorativa/ctricci_enba.htm>.
[2] Teixeira Leite, José Roberto. Dicionário Crítico da Escultura no Brasil. Inédito.