Manoel Ferreira Tunes, um marceneiro pau-pra-toda-obra

Entalhador, marceneiro, escultor, pintor, arquiteto, inventor, industrial, empresário, vitralista e muito mais.

Olá, amigos! Há tempos que esse genial marceneiro português vinha merecendo uma postagem para chamar de sua. Pois bem, lá vai!

A biografia de Manoel Ferreira Tunes, apesar de lotada de informação profissional, é meio obscura no que tange às informações pessoais. Terá nascido por volta do ano de 1850 em Santarém, Portugal, num dia 10 de novembro[1], e falecido no Rio de Janeiro em 1920, após legar ao Brasil trabalhos artísticos de uma dimensão até então quase totalmente desconhecida entre nós.

A postagem de hoje se baseia quase inteiramente na pesquisa empreendida por mim na Hemeroteca Digital Brasileira, da Biblioteca Nacional, em material publicado entre os anos de 1831 e 2010, com especial ênfase no período compreendido entre 1871 e 1920, ano de falecimento do artista.

É certo que um parente seu, ANTONIO FERREIRA TUNES, deu entrada na cidade do Rio de Janeiro no vapor inglês Cassini, vindo de Liverpool e escalas, no dia 8 de novembro de 1868 (Correio Mercantil, ano 1868, edição 307).[2]

O Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Corte e Província do Rio de Janeiro – mais conhecido como Almanaque Laemmert, que era o nome de seu fundador – registra, a partir do ano de 1861, a existência de um JOSÉ FERREIRA TUNES, estabelecido no número 103 da Rua Nova de São Pedro (de 1861 a 1863).[3] O mesmo Almanaque Laemmert registra diversas vezes, para a Província de São Paulo e para o município de Santos, um mestre de obras de mesmo nome – JOSÉ FERREIRA TUNES (de 1865 a 1878).[4] Tratar-se-ão da mesma pessoa?

Não sabemos nem mesmo se o nosso entalhador se chamava MANOEL FERREIRA TUNES, apenas, ou MANOEL JOSÉ FERREIRA TUNES, nome que aparece uma única vez na Hemeroteca Digital Brasileira, da Biblioteca Nacional, embarcando para Santos no dia 11 de março de 1871 a bordo do paquete a vapor Santa Maria.[5]

Saindo da seara das suposições e partindo para as afirmações – como diria o prefeito Odorico Paraguaçu, popular personagem eternizado pelo dramaturgo Dias Gomes -, é certo que o entalhador MANOEL FERREIRA TUNES era o titular da Marcenaria Tunes, que em dado momento de sua história chegou a contar com quase 100 funcionários!

Para não tomarmos muito espaço nesta postagem nem muito tempo do leitor – e já fazendo ambos! -, resolvi colocar aqui uma cronologia ilustrada do artista, talvez a primeiríssima organizada sobre sua carreira. Outras virão, certamente. Na minha opinião, bastaria o trabalho do Batistério da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, que o leitor terá a oportunidade de conhecer mais abaixo, para inscrevê-lo no rol dos grandes escultores nacionais.

Senão vejamos!

Cronologia Ilustrada

1870. Manoel Ferreira Tunes chega ao Rio de Janeiro, cidade na qual permanece por três anos.

1873. Regressa à cidade de Lisboa, Portugal.

1874. Frequenta a Academia de Belas Artes de Lisboa, “cursando principalmente aulas de desenho de modelo vivo e de ornatos, escultura e arquitetura, tendo sempre em vista a sua aplicação à arte da mobília, na qual se especializava, trabalhando nas oficinas e sob as ordens dos famosos marceneiros-entalhadores Leandro de Souza Braga e Christóvão José Pereira Leite”.[6]

1884. Retorna ao Brasil, indo trabalhar na Casa de Trastes Barbosa Castro.[7]

1887. Esculpe em pau-cetim um medalhão com a efígie do poeta português Luís de Camões destinado a ser fundido em bronze para ornar o frontão da nova sede da Associação Portuguesa Beneficente Memória a Luiz de Camões, à Rua da Conceição, 19, Rio de Janeiro.

Julho de 1887. Constitui, com Cosme Francisco Garcia Ramos, a firma Garcia & Tunes, instalada no número 114 da Imperatriz, hoje Camerino (prédio não mais existente).

Dezembro de 1888. Casa-se com Amelia Pacheco da Costa, que adota o nome Amelia Pacheco da Costa Tunes.

Maio de 1889. Incêndio na Fábrica de Móveis a Vapor de Garcia e Tunes, na Rua da Imperatriz (hoje Camerino), 114.

29 de agosto de 1889. Nesta data, já se encontram instalados em novo endereço, no número 22A do largo de São Francisco.

10 de setembro de 1890. Constitui sociedade na Companhia Nacional de Marcenaria e Construções, inicialmente instalada no mesmo endereço do largo de São Francisco de Paula e da qual funcionará como diretor-gerente.

Meados de 1892. Os jornais da época já trazem três endereços para a Companhia Nacional de Marcenaria e Construções, cujo diretor-gerente técnico é Tunes: Largo de S. Francisco de Paula, 22A, Luiz de Camões, 2 – prédio onde hoje se encontra a livraria Letra Viva – e rua São Christóvão, 167.

22 de dezembro de 1894. Assembleia geral da Companhia Nacional de Marcenaria e Construções decide pela liquidação amigável da Companhia. Nela, Tunes aparece como gerente de 10 de setembro de 1890 a 9 de janeiro de 1893.

1895. O Almanak Laemmert de 1895 traz a empresa Tunes & C., de Manoel Ferreira Tunes, estabelecida no número 173 da rua do Hospício (hoje Buenos Aires), “com oficinas de torneiro, carpinteiro e marceneiro, construções etc.”

7 de julho de 1895. O Jornal do Commercio desse dia traz um relatório da Diretoria de Obras e Viação da Prefeitura do Distrito Federal declarando concluídas as obras de pintura no imóvel da Rua das Laranjeiras, 86 – hoje em ruínas -, de propriedade de Manoel Ferreira Tunes. (Teria Tunes ali sua residência?)

1896. Manoel Ferreira Tunes restaura o paravento da entrada principal da Igreja da Candelária (abaixo).

Detalhe do paravento principal da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro. Foto de Arnaldo Machado.

Janeiro de 1897. Um baixo-relevo de sua autoria – um busto em jacarandá do maestro Carlos Gomes – encontra-se exposto em loja da rua do Ouvidor.

1897. Executa em peroba do campo toda a mobília para o Restaurante Petrópolis, na esquina das ruas do Ouvidor e Uruguaiana (hoje desaparecido), Rio de Janeiro.

Junho de 1898. Executa o retábulo do batistério da Igreja da Candelária, retratando o batismo de Cristo; restaura e interfere na pia batismal do batistério da Igreja da Candelária (três imagens a seguir, abaixo).

Setembro de 1898. Tunes apresenta à Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária a nota pela execução de “um guarda-vento de vinhático com vidros lavrados e portas laterais e dois vãos de porta para o guarda-vento antigo da sacristia, e vidros gravados para o mesmo”.

Outubro de 1898. Em nova nota apresentada à mesma irmandade, a Marcenaria Tunes relata a execução de “1 guarda-vento de canela com vidros catedral”.

Ainda na Igreja da Candelária, por volta de 1898-9, executa a mobília do coro; a porta do lado direito da capela-funda do Santíssimo Sacramento, com trabalho de talha dourada, em desenhos geométricos; enriquece as portas nos vãos internos das capelas-fundas com ornamentação, dourados e bandeira; e restaura o arcaz, com nove gavetões e ferragens de metal prateado.

1899. A edição 56 do Almanaque Laemmert traz a marcenaria de Tunes instalada nos números 224 e 226 da Rua da Alfândega (prédio hoje desaparecido).

Agosto de 1899. Executa os retábulos de credência laterais da Igreja da Candelária, intituladas “A Comunhão” e “A Adoração do Santíssimo Sacramento” (imagens abaixo).

1900. Executada por Tunes e exposta na Exposição Artístico-Industrial Fluminense daquele ano, a porta principal destinada à Associação dos Empregados no Comércio do Rio de Janeiro – edifício na então Avenida Central projetado por Adolfo Morales de los Rios – recebeu extensa descrição do jornal O Paiz no dia 25 de maio de 1900, aqui transcrita: “O estilo da porta é puro Luiz XVI e consta de duas folhas que se fecham com um batente. Desde o sopé até a parte superior divide-se em sócio, contra-sócio, cinta, almofada inferior e superior e régua divisória. O contra-sócio é ricamente ornamentado com dois grandes rosáceos de grande relevo, metidos no fundo de almofadas reentrantes, em cuja parte superior segue-se uma ordem de folhas que fazem o seu coroamento. Duas estreitas almofadas recebem as vistosas guardas de metal do mesmo estilo. Seguem-se as almofadas superiores, com molduras de cantos quebrados em saliências regulares, em cujo centro se destacam, em baixo relevo, os espécimes da flora brasileira que representam a sua maior riqueza – o café e a cana de açúcar, em maciços de folhagens. As molduras que as circundam são finamente ornamentadas com as folhas lanceoladas e as pérolas do estilo. No intervalo das duas almofadas vê-se numa folha o busto de Mercúrio e na outra o de Minerva, dois magníficos baixos relevos que muito enriquecem o conjunto geral e que dão a ideia alegórica da aplicação destas portas. Rematam as últimas almofadas ornatos de coroamento, de muito boa concepção. O batente, desde sua base, é alegórico, quanto à sua ornamentação, representando um fusto (sic), formado por folhas de oliveira, na cinta, e de louro até o capitel, como símbolo da paz que preside ao motu principal da Associação e às glórias que os seus diretores colhem e colherão pelos seus beneméritos trabalhos. Falando ainda das almofadas em que figuram os espécimes da flora brasileira, devemos notar que o café e a cana de açúcar parecem neles mergulhar em certos pontos para surgir em outros, com admirável perfeição, o que mais ainda realça a moderna arte de talha”.

1900. A Marcenaria Tunes executa ainda toda a mobília da Associação dos Empregados no Comércio do Rio de Janeiro.

1900. A Marcenaria Tunes executa a mobília do Asilo Gonçalves de Araújo, hoje Educandário Gonçalves de Araújo, da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária, no bairro carioca de São Cristóvão (visto abaixo).

1900. O jornal O Pharol, de Juiz de Fora/MG, de 24 de junho de 1900, assim descreve o baixo-relevo com o busto do maestro Carlos Gomes: De todos os objetos ali expostos, o que a meu gosto mais recomenda o artista e honra a marcenaria brasileira é um belíssimo quadro, contendo no centro, talhado em jacarandá preto, o busto de Carlos Gomes. Acima da cabeça do grande artista, em proporções diminutas, destacam-se inclinados para o genial criador, do lado direito, a figura de Peri, simbolizando toda a melodia selvagem do Guarany, e do esquerdo uma figura de mulher bonita recordando a grandeza imortal da Fosca. Na base assenta-se o busto sobre dois ramos de louro que se entrelaçam, contornam até ao meio a figura do maestro e nos quais se podem ler de um lado a data do seu nascimento e, do outro, a da sua morte. Superiormente, vê-se ainda uma grande lira da mesma madeira, apoiada sobre um globo, em cuja superfície estão cravadas as cordas do instrumento simbólico. Esse quadro esteve em 1897 exposto em uma das salas do Itamaraty e segundo os desejos do então presidente da República, dr. Manoel Victorino, ia ser adquirido para ornar uma das salas do Catete, então em vias de ser inaugurado. Com a chegada, porém, do Sr. Dr. Prudente de Moraes, voltou para as oficinas do Sr. Tunes, donde agora saiu para figurar na exposição artístico-industrial fluminense.

10 de novembro de 1900. A Marcenaria Tunes inaugura novo depósito, à rua do Rosário 124, “em frente à de Gonçalves Dias”.[8]

novembro de 1900. A Sociedade Propagadora das Belas Artes, organizadora da Exposição Artístico-Industrial Fluminense de 1900, confere medalha de ouro aos expositores Manoel Ferreira Tunes e Suzana E. Moniz dos Santos, no grupo IV (Indústria Fabril e Manual).

1901, C. A Marcenaria Tunes executa a mobília da firma Joaquim José Gonçalves & C., transferida para prédio reformado por Antonio Jannuzzi, na Rua Primeiro de Março, 67 (hoje inexistente).

19 de março de 1901. Tunes toma posse como vice-presidente da Sociedade Instrutiva e Recreativa Estudantina Arcas, então instalada na rua de São Pedro, 152.

Março de 1902. O Governo Federal adquire o busto em jacarandá do maestro Carlos Gomes.[9]

1903. Os anúncios da Marcenaria Tunes já começam a trazer o endereço da fábrica como Rua do Lavradio, 45 (endereço hoje desaparecido).

1904. A Marcenaria Tunes participa da exposição preparatória para a participação nacional na Exposição Universal de Saint Louis, nos Estados Unidos. No Colyseu Teatro, do Parque Fluminense, no Largo do Machado.

1904 C. Vitrine para charutos em cedro e imbuia, para a Charutaria Havanesa, na Rua do Ouvidor.

28 de junho de 1904. Incêndio no prédio da Rua do Lavradio, 45 (abaixo).

Dezembro de 1904. Participa da construção de prédio na então denominada Praça Marechal Floriano – hoje Praça General Osório – em Ipanema.

Junho de 1905. Na revista mensal O Commentario, editada por Ferreira da Rosa, a Marcenaria Tunes informa que se encontra “novamente montada à rua do Lavradio n. 45”, prédio que se incendiara um ano antes.

Novembro de 1905. Na mesma revista O Commentario, Tunes informa que sua marcenaria estará “brevemente na rua do Ouvidor, 53” (prédio hoje desaparecido).

1905-6. Tunes talha em jacarandá as quatro portas – uma principal e três acessórias – da Cia. Docas de Santos, hoje IPHAN. Sobre a porta principal, publicou O Malho em sua edição 167, de 25 de novembro de 1905: “É em estilo barroco. O exímio artista aproveitou a ocasião para fazer uma criação puramente nacional, reproduzindo com rara felicidade e maestria o nosso café, o fumo, a artística bananeira, a cana de açúcar, o algodoeiro e outros vegetais da nossa exuberante floresta. Todo o belo trabalho é em jacarandá maciço e mede a descomunal altura de 4,5m por 2,5 de largo” (por 0,2m de espessura). “É uma beleza e uma maravilha”.[10] As dobradiças e batentes foram trabalhados em bronze. Na porta principal encontra-se a inscrição RIO – 6 – 1906 – M. F. TUNES.

A majestosa porta principal está decorada centralmente por duas embarcações – aludindo à atividade da empresa ali instalada e provavelmente representando unidades da própria frota da empresa. No total, contamos oito embarcações decorando o conjunto de quatro portas do edifício. Cada uma das portas traz duas embarcações –– inscritas em círculos emoldurados por ramos de café frutificado e fumo florido, exatamente como esses produtos estão representados no brasão de armas nacional.

Abaixo reproduzimos a porta principal, a bandeira da porta e quatro baixos-relevos circulares extraídos de duas das três portas acessórias do prédio.

1906. A edição 63 do Almanaque Laemmert traz o número 53 da rua do Ouvidor como depósito e escritório da Marcenaria Tunes.

1906. A mesma edição 63 do Almanaque Laemmert traz um novo endereço da fábrica, além do já existente Rua do Lavradio 45 e 47. Trata-se da rua do Senado, 3, 5, 6 e 8.[11]

15 de março de 1906. Inauguração da nova loja de móveis da Marcenaria Tunes, à rua do Ouvidor, 53.

1907. Nesse ano, o Governo Republicano Brasileiro encomendou grande reforma no antigo Palácio Isabel (hoje Palácio Guanabara) ao engenheiro-arquiteto Francisco Marcelino de Souza Aguiar e ao paisagista Paul Villon, quando recebeu suas atuais características ecléticas. A reforma havia sido especialmente encomendada para a visita do Rei D. Carlos I de Portugal, o que nunca sucedeu, em decorrência do regicídio ocorrido em 1º de fevereiro de 1908, em Lisboa. Dessa grande reforma teria participado Tunes, tendo executado a mobília de escritório composta de: uma grande secretária em jacarandá, uma biblioteca, uma arca, um consolo, uma grande mesa central, colunas, cadeiras e galerias, tudo em estilo manuelino e ricamente ornamentado de cordas, colunas, esferas armilares e outros motivos peculiares ao estilo manuelino, tudo posteriormente exposto na Exposição Nacional do ano seguinte.[12]

11 de janeiro de 1907. Princípio de incêndio no depósito da marcenaria, à rua do Senado, 5.

O Hotel Avenida, no térreo do qual esteve o Bar Ao Franziskaner.

9 de outubro de 1907. Em referência ao restaurante-bar Ao Franziskaner, tradicional estabelecimento no térreo do Hotel Avenida – onde está hoje o Edifício Avenida Central -, informou nesse dia o jornal O Século: “Inaugurou-se hoje, com um almoço dedicado à imprensa, o Restaurante-Bar-Charutaria dos Srs. Theodoro Satler & C., no edifício da estação central da Jardim Botânico, na esquina da Avenida Central com a rua de S. José. (…). As paredes e os vãos foram revestidos de madeira trabalhada pela Marcenaria Tunes, que também confeccionou o elegante coreto para a orquestra, que fica em frente à fonte, a armação da charutaria, a copa, enfim, tudo quanto é revestimento.

30 de novembro de 1907. Reinauguração após incêndio do Restaurante Madrid, na rua Gonçalves Dias, com teto e painéis a óleo em motivos árabes do artista espanhol Francisco Puigdomenech Colom. À Marcenaria Tunes, entalhados em canela e peroba e no mesmo estilo mourisco, devem-se “todos os trabalhos em madeira, armações, molduras dos espelhos que rodeiam o salão, abaixo dos painéis; mesas, cadeiras, paraventos”.[13]

28 de dezembro de 1907. A Marcenaria Tunes anuncia a mudança da fábrica para a Rua de Santo Cristo, 54 (endereço hoje desaparecido).[14]

1908. Tunes executa em jacarandá o grande púlpito da Basílica Santuário de Nossa Senhora da Penha de França, popularmente conhecida como Igreja da Penha.

16 de fevereiro de 1908. Matéria publicada no Jornal do Commercio desse dia descreve em minúcias a maquete em gesso das futuras portas talhadas em peroba do campo do Supremo Tribunal Federal – hoje Centro Cultural Justiça Federal: “No novo trabalho do Sr. Tunes, a bandeira é ligada à porta, de modo que, fechados os dois batentes, forma um painel inteiriço, e quando se abrem aqueles, carregam com o busto da Justiça em tamanho natural que os encima e toda a decoração, em grande relevo, que forma o frontão. No friso deste tem a balança simbólica. Na sua junção os batentes são terminados por duas espadas, também atributos alegóricos, e do centro do frontão, irradiando para todos os horizontes do painel, desprendem-se nuvens e resplendores simbolizando a luz da Justiça. Sobre a cinta das portas se veem, como motivos ornamentais, dois grifos empunhando flores. Dessa descrição se depreende que o artista seguiu, na concepção destas portas, o estilo clássico do Renascimento, a que deu um cunho modernista e de certa originalidade na combinação decorativa”.[15] A porta central está assinada e datada RIO – 5 – 908 – M. F. TUNES.

A porta central do atual Centro Cultural Justiça Federal,
na Avenida Rio Branco.

Março de 1908. O Banco União do Comércio, que tem Tunes e a esposa como acionistas, sofre liquidação.[16]

7 de abril de 1908. Edital de concordata da firma Manoel Ferreira Tunes.[17]

8 de junho de 1908. Seu nome está entre os consócios da Real e Benemérita Caixa de Socorros Dom Pedro V, entidade assistencialista que subsiste até os nossos dias.

Segundo semestre de 1908. Na sala de honra do Distrito Federal da Exposição Nacional de 1908, a Fábrica de Calçados Condor exibe suas vitrines expositivas, concebidas e executadas por Tunes.[18]

29 de agosto de 1908. A edição avulsa de O Degas, publicada nesse dia, traz duas fotografias de dois trabalhos do artista: o baixo-relevo com o busto do Barão do Rio Branco, em jacarandá, e um quadro, “feito com uma infinidade de madeiras brasileiras” e “brilhante atestado da riqueza da nossa flora”.[19] Segundo uma outra publicação diária, o Jornal do Commercio, este trabalho de marchetaria, em estilo Luiz XIV e ornamentado com algumas plantas da flora brasileira, serviria para ser aplicado em assoalhos. Este painel tem ao centro uma orla de pau preto, onde se lê, em letras de madeira branca, o seguinte: “Centenário da Abertura dos Portos – 1808 – 1908”. Dentro, em tamanho natural, estão dois bustos, representando um a República Brasileira e a baía do Rio de Janeiro e o outro, o velho Portugal, com a Torre de Belém.[20]

15 de outubro de 1908. Nesse dia foi apreciado pela Secretaria da Indústria a patente de um novo sistema de assentos dobradiços, desenvolvido por Tunes.[21]

1909. O Almanaque Laemmert desse ano traz os seguintes endereços da Marcenaria Tunes: rua Santo Christo dos Milagres, 148 a 172, e rua do Ouvidor, 87.[22]

1909. A mesma edição 66 do Almanaque Laemmert traz, na seção Industriais e Indústrias, o endereço (residencial?) de Manoel Ferreira Tunes no número 6 da Praça Marechal Floriano Peixoto, hoje Praça General Osório, em Ipanema.[23]

1909. Ainda na mesma edição 66, o Almanaque Laemmert lista os agraciados do Distrito Federal com o Grande Prêmio da Exposição Nacional de 1908: Estrada de Ferro Central do Brasil, Manoel Ferreira Tunes, Bernardo de Carvalho, Auler & Ca., Orgaert & Ca., Leandro Martins & Ca., Marcenaria Brazileira, Instituto Profissional Masculino, Silva & Soucasseaux e F. Tujaque.[24]

1909. A Marcenaria Tunes constrói toda a mobília da Estação Telegráfica da Avenida Central, projetada pela seção técnica da Repartição Geral dos Telégrafos.[25]

Abril de 1909. Manoel Ferreira Tunes é multado pelo agente do 9º Distrito (Gávea) em 100$, por infringir o art. 42 do decreto n. 391, de 10 de fevereiro de 1903 (ter transformado, sem licença, o estabulo da Rua Farme de Amoedo n. 141 em casa de habitação).[26]

6 de maio de 1909. O Juiz da 3ª Vara Comercial declara cumprida “a concordata celebrada com os seus credores pelo comerciante Manoel Ferreira Tunes”.[27]

1910. Tunes é o responsável pela execução de todas as instalações internas de madeira da antiga Chefatura de Polícia – posteriormente DOPS -, como pisos, lambris, mobiliários etc., edifício projetado por Heitor de Mello no número 40 da Rua da Relação, ainda hoje existente.

1910. Por ocasião da Exposição Universal de 1910, realizada em Bruxelas, na Bélgica, Tunes executa em jacarandá e mogno um grande medalhão entalhado com a efígie de Leopoldo II, Rei da Bélgica, suportado por coluna torneada com pernas arqueadas. Apresenta faixa com inscrições na parte superior: “A La Memoire de Sa Mageste Leopoldo II – Hommage du Brèsil”. Assinado, datado (1910) e localizado (Rio). Alt.: 2,15m. Pertencente ao acervo dos herdeiros de “Conde Modesto Leal” (João Leopoldo Modesto Leal, 1860 – 1939).[28]

22 de julho de 1910. O Ministério da Agricultura concede patente de invenção à Empresa Serraria e Marcenaria Tunes, para um novo sistema de parede de madeira.[29]

1911. O Almanaque Laemmert traz em sua edição 68 a última referência à string de pesquisa MANOEL FERREIRA TUNES, a seguir: “Empresa de Serraria e Marcenaria Tunes. Fábrica a Vapor de Moveis Artísticos. Escritório, R. do Ouvidor, 87. Fábrica, Rua de Santo Christo, 148 a 162. Diretoria: Presidente, Dr. Jaguanharo da Rocha Miranda. Tesoureiro, Comendador José Ricardo Augusto Leal. Secretario, Alcides Modesto Leal. Superintendente, Manoel Ferreira Tunes”.[30]

10 de fevereiro de 1911. O Ministério da Agricultura concede a carta-patente de número 5.950 ao industrial português Manoel Ferreira Tunes pela invenção de uma nova máquina de esculpir em madeira e em outros materiais.[31]

4 de março de 1911. O diretor-tesoureiro interino da Empresa de Serraria e Marcenaria Tunes, Frederico Bokel, convida os acionistas “a fazerem uma entrada de 10 % sobre o capital de suas ações, dentro do prazo de 15 dias”.[32]

25 de outubro de 1912. O Ministério da Agricultura concede a carta-patente de número 6.774 ao industrial português Manoel Ferreira Tunes, pela invenção de um assento aperfeiçoado para cadeiras, sofás e bancos.

Novembro de 1912. Manoel Ferreira Tunes solicita ao Ministério da Agricultura a concessão da patente para aperfeiçoamentos em assentos e encostos estolados para cadeiras, bancos, sofás e móveis semelhantes.[33]

1913. Nos Estados Unidos, recebe a patente número US1073547, pela invenção de uma carving machine, cujo desenho técnico pode ser visto abaixo.

1913-22. Executou o projeto arquitetônico da Catedral Nossa Senhora da Boa Viagem, na Rua Sergipe, 175, em Belo Horizonte/MG.[34]

Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem, em Belo Horizonte, em construção.

6 de fevereiro de 1914. O Jornal O Século desse dia traz anúncio publicitário da “Companhia Mecânica Construtora, antiga Marcenaria Tunes”, com “tapeçarias e ornamentações, por preços os mais razoáveis”. Assina a firma E. Vieira & Comp, estabelecida na Rua da Assembleia, 79.[35]

1915. O Almanak Laemmert traz o seguinte endereço para a Marcenaria Tunes: rua Camerino, 83 – prédio hoje totalmente descaracterizado.[36]

Fevereiro de 1915. O jornal O Momento, de Belo Horizonte, sugere ao prefeito daquela cidade “a nomeação do arquiteto Manoel Tunes para o lugar de desenhista da Prefeitura, vago recentemente, devido ao falecimento do proprietário do cargo”.[37]

1916 C. Executa a decoração pictórica do salão do Centro da Colônia Portuguesa, em Belo Horizonte/MG.[38]

A Basílica de Nossa Senhora de Lourdes, em Belo Horizonte/MG.

3 de maio de 1916. É assentada a pedra fundamental da Basílica de Nossa Senhora de Lourdes, Belo Horizonte/MG, projeto arquitetônico de Tunes.[39]

1918 C. Em parceria com o italiano Luiz Olivieiri, Tunes projeta no estilo art nouveau o Hotel Palladium, popularmente conhecido como Castelinho da Floresta, na Rua Varginha, 210, em Belo Horizonte/MG (abaixo).[40]

Manoel Ferreira Tunes teria trabalhado ainda, em data que não pudemos aferir, mas decerto anterior a 1908, nos altares do Presbitério da Igreja do Santíssimo Sacramento, na Avenida Passos, bem como na Igreja do Divino Espírito Santo, no Estácio.[41]

19 de abril de 1920. Manoel Ferreira Tunes morre no Rio de Janeiro. A família dedica-lhe missa na Igreja da Candelária às 10 horas da manhã do dia 20 de abril de 1920.[42]

1º de março de 1924. A família convoca nova missa, na Igreja “Matriz do Santíssimo Sacramento, às 9 horas, por alma de Manoel Ferreira Tunes (4º ano)”.[43]

Por hoje é só, amigos!


[1] É o que se depreende da informação contida em matéria do jornal A Imprensa, de 11 de novembro de 1900: “Para comemorar este fato, o laborioso industrial escolheu o dia de ontem, em que festejou mais um aniversário natalício, convidando para assistir à inauguração do depósito de todos os jornais desta capital”.

[2] Correio Mercantil, 8 de novembro de 1868; in http://memoria.bn.br/DocReader/217280/29797?pesq=%22ferreira%20tunes%22:, 07/06/2020.

[3] Almanak Laemmert, Ano 1861\Edição 00018 (1); in http://memoria.bn.br/DocReader/313394x/17203?pesq=%22josé%20ferreira%20tunes%22, 07/06/2020.

[4] Almanak Laemmert, Ano 1868\Edição 00025 (1); in http://memoria.bn.br/DocReader/313394x/28428?pesq=%22josé%20ferreira%20tunes%22, 07/06/2020.

[5] Diário do Rio de Janeiro, 12 de março de 1871, Ano 1871\Edição 00070 (1); in http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/27043?pesq=%22manoel%20josé%20ferreira%20tunes%22, 08/06/2020.

[6] Jornal do Commercio, 6 de novembro de 1908; in http://memoria.bn.br/DocReader/364568_09/16166?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 10/06/2020.

[7] Ibidem.

[8] A Imprensa, 11 de novembro de 1900; in http://memoria.bn.br/DocReader/245038/2744?pesq=%22marcenaria%20tunes%22, 22/04/2020).

[9] Segundo a edição avulsa de O Degas, de 29 de agosto de 1908, esse trabalho na ocasião se encontrava no Palácio do Catete (in http://memoria.bn.br/DocReader/785555/155?pesq=%22marcenaria%20tunes%22, 24/04/2020).

[10] É curioso que a matéria de O Malho seja do ano de 1905, já que junto à assinatura de Tunes nessa porta conste a data 6-1906. O edifício da Companhia Docas de Santos, para o qual a porta estava destinada, só seria inaugurado em 1908.

[11] Repare, leitor, que são imóveis dos dois lados da rua – todos hoje desaparecidos.

[12] Jornal do Commercio, 6 de novembro de 1908; in http://memoria.bn.br/DocReader/364568_09/16166?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 10/06/2020.

[13] Jornal do Brasil, 29 de novembro de 1907; in http://memoria.bn.br/DocReader/030015_02/24592?pesq=%22marcenaria%20tunes%22, 24/04/2020.

[14] Jornal do Brasil, 28 de dezembro de 1907; in http://memoria.bn.br/DocReader/030015_02/24873?pesq=%22marcenaria%20tunes%22, 24/04/2020. O endereço completo era Rua do Santo Christo dos Milagres, 46 a 54, onde funcionava ainda a Serraria Tunes.

[15] Jornal do Commercio, 16 de fevereiro de 1908; in http://memoria.bn.br/DocReader/364568_09/14343?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 10/06/2020.

[16] Correio da Manhã, 7 de março de 1908; in http://memoria.bn.br/DocReader/089842_01/15875?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 10/06/2020.

[17] Jornal do Commercio, Retrospecto Comercial, Ano 1908\Edição 00001 (1); in http://memoria.bn.br/DocReader/180688/2370?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 08/06/2020.

[18] Correio da Manhã, 4 de outubro de 1908; in http://memoria.bn.br/DocReader/089842_01/17769?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 10/06/2020.

[19] O Degas, 29 de agosto de 1908, Ano 1908\Edição 0004 (1); in http://memoria.bn.br/DocReader/785555/155?pesq=%22marcenaria%20tunes%22, 24/04/2020.

[20] Jornal do Commercio, 6 de novembro de 1908; in http://memoria.bn.br/DocReader/364568_09/16166?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 10/06/2020.

[21] O Paiz, 15 de outubro de 1908; in http://memoria.bn.br/DocReader/178691_03/17647?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 10/06/2020.

[22] Almanak Laemmert, Ano 1909\Edição A00066 (3); in http://memoria.bn.br/DocReader/313394/38059?pesq=%22marcenaria%20tunes%22, 08/06/2020.

[23] Ibidem.

[24] Ibidem.

[25] Fon Fon, ano 1909, edição 0017 (1); in http://memoria.bn.br/DocReader/259063/2721?pesq=%22marcenaria%20tunes%22, 22/04/2020.

[26] O Paiz, 25 de abril de 1909; in http://memoria.bn.br/DocReader/178691_03/19363?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 10/06/2020.

[27] Correio da Manhã, 7 de maio de 1909; in http://memoria.bn.br/DocReader/089842_01/19688?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 10/06/2020.

[28] https://www.centurysarteeleiloes.com.br/destaques.asp?Num=103&Tipo=9, 11/06/2020.

[29] A Imprensa, 22 de julho de 1910; in http://memoria.bn.br/DocReader/245038/9747?pesq=%22marcenaria%20tunes%22, 23/04/2020.

[30] Almanak Laemmert, Ano 1911\Edição A00068 (5); in http://memoria.bn.br/DocReader/313394/46027?pesq=%22marcenaria%20tunes%22, 08/06/2020.

[31] Relatórios do Ministério da Agricultura, Ano 1911\Edição 00001 (1); in http://memoria.bn.br/DocReader/873730/18015?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 06/06/2020.

[32] in http://www.jusbrasil.com.br/diarios/1742177/dou-secao-1-18-03-1911-pg-72/pdfView, 18/02/2013.

[33] A Época, 23 de novembro de 1912; in http://memoria.bn.br/DocReader/720100/971?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 06/06/2020.

[34] http://www.arqbh.com.br/2014/03/catedral-da-nossa-sra-da-boa-viagem.html, 11/06/2020.

[35] O Século, 6 de fevereiro de 1914; in http://memoria.bn.br/DocReader/224782/8855?pesq=%22marcenaria%20tunes%22, 23/04/2020.

[36] Almanak Laemmert, Ano 1915\Edição A00071 (2); in http://memoria.bn.br/DocReader/313394/59389?pesq=%22marcenaria%20tunes%22, 24/04/2020.

[37] O Paiz, 10 de fevereiro de 1915; in http://memoria.bn.br/DocReader/178691_04/26465?pesq=%22manoel%20tunes%22, 06/06/2020.

[38] O Paiz, 26 de maio de 1922; in http://memoria.bn.br/DocReader/178691_05/9716?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 06/06/2020.

[39] http://basilicadelourdes.com.br/linha-do-tempo/, 12/06/2020.

[40] https://www.facebook.com/casasdebh/photos/a.989484441118782/995147967219096/?type=1&theater, 11/06/2020.

[41] Jornal do Commercio, 6 de novembro de 1908; in http://memoria.bn.br/DocReader/364568_09/16166?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 10/06/2020.

[42] O Paiz, 20 de abril de 1920; in http://memoria.bn.br/DocReader/178691_05/1374?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 06/06/2020.

[43] O Jornal, 1º de março de 1924; in http://memoria.bn.br/DocReader/110523_02/15634?pesq=%22manoel%20ferreira%20tunes%22, 06/06/2020.

8 Comentários

  1. alexandre rodrigues alves · · Responder

    Mais uma vez, brilhante!!! Dá vontade de voltar hoje aos pontos/prédios mencionados para visitar as obras de Mestre Tunes…
    Mas queria sugerir uma alteração no primeiro parágrafo do seu texto, para evitar mal-entendidos. Você escreveu: “A postagem de hoje se baseia quase inteiramente na pesquisa empreendida por mim na Hemeroteca Digital Brasileira, da Biblioteca Nacional, entre os anos de 1831 e 2010… ” Fica parecendo que desde 1831 você frequenta a Biblioteca Nacional para pesquisar sobre o sr. Tunes… acho que é só colocar um “publicações entre os anos de 1831 e 2010…”
    Desculpe a intromissão. É que o trabalho e o texto estão tão bons que não fica bem perder-se num duplo sentido desses… Abração!

    1. Feito, meu querido! E obrigado pela dica! Aqui você manda! Um abração, Luiz Eugenio

  2. José Aluísio Botelho · · Responder

    Olá! Aqui meu contributo: Manoel Ferreira Tunes natural da freguesia de Freixianda, Vila Nova de Ourém, distrito de Santarém, onde nasceu aos 06/12/1858, filho do entalhador e carpinteiro Manoel José Ferreira Tuna, natural de Venda dos Moinhos, freguesia da Cumeeira, Concelho de Penela, distrito de Coimbra, e de Maria José de Jesus (Oliveira Gama); neto paterno de outro Manoel José Ferreira Tuna, musico (descrito como notável artista) e de Cândida Rosa.
    Tuna/Tunas – grupo musicais formados por estudantes de universidades, notadamente em Coimbra; variante Tunes.

  3. Sergius Tunes · · Responder

    Ele foi o meu tio bisavô. Gostaria de acrescentar que ele registrou uma invenção, Carving Machine”, US Patent Office. Manoel Ferreira Tunes, June 7 1910. Serial: 565,533. Cl. 159-7. O registro mostra: 1,073,547.

    1. Obrigado pela contribuição, Sergius!

  4. Boa noite! Ando à procura de informação sobre Cristóvão José Pereira Leite entalhador batizado a 6 de dezembro de 1828. Nasceu filho de pais incógnitos, casou filho de pais incógnitos mas quando nasceu a sua filha Antonia foi registado o avô paterno como Francisco José Pereira Leite. Agradeço desde já toda a ajuda que me possam dar. Ana Ferreira

  5. Sergius Tunes, você tem alguma foto de seu bisavô? Sou de BH, a Basílica de Lourdes faz 100 anos neste domingo, dia 19 de março. Estou encarregada de juntar fotos dos personagens responsáveis pela construção, as crianças vão prestar uma homenagem. Pode ser?

  6. Sergius, por acaso vc tem alguma foto de seu tio-bisavô? A Basílica de Lourdes faz 100 anos neste domingo e as crianças prestarão uma homenagem aos construtores. Vc poderia nos ajudar?

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre O RIO QUE O RIO NÃO VÊ

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading