OS MOSAICOS EM VIDRO DO MNBA, 2

AVENIDA RIO BRANCO, 199
ANTIGA ESCOLA NACIONAL DE BELAS ARTES
PROJETO ORIGINAL DE ADOLFO MORALES DE LOS RIOS, 1906
ATUAL MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES

18 MOSAICOS EM PASTILHAS DE VIDRO | 1906-08
EXECUTADOS POR FELIX GAUDIN (1851-1930) SEGUNDO DESENHO DE RAPHAEL FREÏDA (1877-1942)

Em novembro de 2012 publiquei aqui sobre os excepcionais e conservadíssimos mosaicos de vidro do Museu Nacional de Belas Artes. A pedido do meu amigo Marcos Leite, grande admirador daqueles trabalhos, e percebendo que na ocasião referi-me a cada um deles textualmente mas acabei mostrando uma imagem apenas – do grande Leonardo da Vinci – resolvi publicar esta nova postagem com as fotografias detalhadas dos 18 mosaicos executados pelo francês Felix Gaudin[1] (1851-1930) por volta de 1908.[2]

Uma controvérsia envolve a autoria dos esboços para a execução dos mosaicos. Em meu livro O RIO QUE O RIO NÃO VÊ creditei a autoria do risco ao também francês Raphaël Freida[3] (1877-1942), mas a pesquisadora Claudia Thurler Ricci afirma em seu texto “A Escola Nacional de Belas Artes – Arte e técnica na construção de um espaço simbólico”[4] que eles teriam sido executados pelo pintor brasileiro Henrique Bernardelli[5] (1858-1936), o que seria bastante admissível, considerando o extenso poder dos dois irmãos – Henrique, pintor, e principalmente, Rodolfo, escultor – nos desígnios da construção do prédio da então Escola Nacional de Belas Artes. Jean-François Luneau, entretanto, confirma em seu livro a autoria para Freïda (ver nota 2). Parece-me que a Henrique teriam sido confiados, naquela fachada, apenas os afrescos dos membros da Missão Artística de 1816 e seus discípulos nacionais, e portanto fico, como Luneau, com a atribuição ao pintor francês.

Pois bem. Chega de autoria. Como dissemos são 18 mosaicos distribuídos em dois grupos, 9 na fachada voltada para a Rua Heitor de Melo e 9 na fachada voltada para a Rua Araújo Porto Alegre. Vou colocá-los aqui na ordem em que aparecem nas fachadas, da esquerda para a direita de um suposto observador frontal.

E vamos a eles.[6]

Na Rua Heitor de Melo, portanto, estão:

DSC_0260

As ferramentas utilizadas pelo artista gravador.

DSC_0263

Juan Agustín Ceán BERMÚDEZ, (Gijón, 1749 – Madri, 1829), pintor, historiador e crítico de arte espanhol.

DSC_0265

Francesco MILIZIA, (Oria, 1725 – Roma, 1798), teórico da arquitetura, historiador e crtico de arte italiano, teórico do Neoclassicismo.

DSC_0267

Eugène Emannuel VIOLLET-LE-DUC (Paris, 1814 – Lausanne, 1879), arquiteto francês.

DSC_0269

Vincenzo SCAMOZZI (Vicenza, 1548 – Veneza, 1616), arquiteto e teórico de arquitetura italiano.

DSC_0271

Francisco PACHECO (1564 – 1644), pintor espanhol.

DSC_0273

Charles BLANC (1813 – 1882), crítico de arte francês.

Giorgio VASARI

Giorgio VASARI (1511 – 1574), pintor, arquiteto, escritor e historiador italiano.

Marcos VITRÚVIO Polião

Marcos VITRÚVIO Polião (80–70 AC – 15 AC), autor, arquiteto, engenheiro civil e militar romano.

 

Na fachada da Rua Araújo Porto Alegre, da esquerda para a direita, aparecem:

DSC_0307

LEONARDO DA VINCI (1452 – 1519), polímata italiano cujas áreas de interesse incluíam a invenção, a pintura, a escultura, a arquitetura, a ciência, a música, a matemática, a engenharia, a literatura, a anatomia, a geologia, a astronomia, a botânica, as letras, a história e a cartografia.

DSC_0312

Giacomo Barozzi da VIGNOLA (1507 – 1573), arquiteto italiano.

DSC_0317

Johann Joachim WINCKELMANN (1717 – 1768), historiador de arte e arqueólogo alemão.

DSC_0319

François MANSART (1598 – 1666), arquiteto francês.

DSC_0324

JUAN DE ARFE y Villafañe (1535 – 1603), gravador, ourives, artista, anatomista e autor espanhol.

DSC_0327

John RUSKIN (1819 – 1900), escritor, crítico de arte, crítico social, poeta e desenhista britânico.

DSC_0331

Leon Battista ALBERTI (1404 – 1472), arquiteto, teórico de arte e humanista italiano.

DSC_0334

Henri-Marie Beyle (dito STENDHAL) (1783 – 1842), escritor francês.

DSC_0257

As ferramentas utilizadas pelo pintor.

É isso! Espero que tenham gostado.

 

[1] https://fr.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9lix_Gaudin
[2] Em 2007 o pesquisador Jean-François Luneau lançou o livro “Félix Gaudin, peintre-verrier et mosaïste, 1851-1930”, pela Presses Universitaires Blaise Pascal.
[3] https://fr.wikipedia.org/wiki/Rapha%C3%ABl_Freida
[4] http://www.dezenovevinte.net/arte%20decorativa/ctricci_enba.htm#_edn1
[5] https://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_Bernardelli
[6] As legendas das imagens, bem como a grafia dos nomes, estão baseadas na Wikipedia.

6 Comentários

  1. Monica De Lorenzo · · Responder

    Gostei muito!

  2. iedalva costa teles souza · · Responder

    Obrigada Eugenio Adorei Iedalva

    *COM CARINHO IE*

    *Bjsssssssssssssssssssssssssssssssssss*

  3. Sempre admirei esses mosaicos quando passava pelas ruas onde. Merecem ser cuidadosamente limpos, pois estão com fuligem dos carros. Quem sabe, até um vidro de proteção. São extraordinários no desenho e confecção. Só quem já trabalhou fazendo mosaicos (meu caso) sabe o que significa aquela maestria, quando o artista pinta com pedrinhas coloridas! Aliàs, no chão do hall de entrada do museu, notamos os mosaicos em cerâmica , de grande valor de execução e levando em conta a idade, com ótima conservação.Parabéns ao Teixeira Leite pelo trabalho que vem desenvolvendo em toda a cidade, mostrando aquilo que está escondido, de enorme significação, em nossos prédios.

  4. Vc sabe que sou seu fã…Dá para ver bem os detalhes, Ótimo! abs

  5. marcus oliveira · · Responder

    Estou estudando guia de turismo, muito obrigado pelas informações !

    1. É um prazer, Marcus! Disponha! Um abraço, Luiz Eugenio

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre O RIO QUE O RIO NÃO VÊ

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading