Na última postagem referi-me ao brasão de armas da cidade e à presença nele dos atributos ao padroeiro da cidade, São Sebastião. Esta é uma breve postagem apenas para explicar a simbologia ali contida. Como o nosso propósito aqui no blog é tratar da ornamentação aplicada à arquitetura, e como o hábito de apor brasões nas fachadas caiu em desuso já nas primeiras décadas do século XX, peguei como exemplo o grande brasão em alvenaria da fachada do Teatro Municipal, da primeira década do século XX, já que não encontrei versão mais moderna[1].
Então vamos lá, tendo a figura acima por referência, por partes:[2]
- a coroa mural de três torres (a versão atual traz cinco torres, uma referência ao tempo em que o Rio de Janeiro foi capital de Estado);
- um ramo de carvalho, representando a força;
- a esfera armilar manuelina, uma referência a Dom Manuel I, rei de Portugal quando do Descobrimento do Brasil, presente no brasão da cidade desde sua primeira versão;
- dois golfinhos dispostos simetricamente, simbolizando que o Rio de Janeiro é uma cidade marítima;
- um ramo de louro, representando a vitória;
- as três flechas que supliciaram São Sebastião, padroeiro da cidade;
- o barrete frígio, símbolo do regime republicano[3];
- o escudo português (em azul, cor simbólica da lealdade);
- a proa da caravela (eliminada na versão atual).
[1] A versão que se encontra na fachada do Teatro Municipal – a sexta – vigorou de 1896 a 1957. Para a versão atual do brasão de armas da cidade do Rio de Janeiro (a nona, vigorando desde 1975), consultar https://pt.wikipedia.org/wiki/Bras%C3%A3o_da_cidade_do_Rio_de_Janeiro
[2] As explicações aqui contidas se basearam no texto da lei n° 384, de 23 de outubro de 1963.
[3] Para saber mais sobre o barrete frígio consultar https://pt.wikipedia.org/wiki/Barrete_fr%C3%ADgio
Parabéns pelo trabalho! É uma delícia aprender e compreender cada detalhe da minha cidade.
Muito legal! Obrigado por sua pesquisa… É sempre bom aprender assim! Valeu muito! Continue… a gente fica esperando seus e-mails sempre… E quando chegam são um prazer!