PRAÇA MARECHAL ÂNCORA, S/N
ANTIGO PAVILHÃO DAS GRANDES INDÚSTRIAS DA EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE 1922
PROJETO DE ARCHIMEDES MEMÓRIA E FRANCISQUE CUCHET, 1920-1922
AUTORES DESCONHECIDOS | ALTOS E BAIXOS-RELEVOS EM ARGAMASSA E PAINEL DE AZULEJOS | 1922 C.
Dentre as fachadas da cidade, esta é das que mais sofreram alterações ao longo do tempo, em função dos inúmeros usos, reformas e ampliações sofridas pelo conjunto arquitetônico, que já fez as vezes de fortaleza, quartel, fábrica e pavilhão de exposições, sem contar sua utilização atual como museu.
Os ornamentos vistos aqui datam da grande reforma promovida para as comemorações do centenário da Independência. O Neocolonial, visto por alguns como estilo arquitetônico genuinamente nacional, havia sido imposto por concurso. Acima, dispostos em absoluta simetria, duas grandes leoas não contêm a curiosidade e com as patas dianteiras instigam pequenos lagartos cujas caudas se enroscam nas volutas do ornamento. A referência alude ao caráter perene da construção, pois enquanto os homens e seus eventos vão e voltam, a leoa e o lagarto, enquanto guardiões resistentes à adversidade, pela força e serenidade do primeiro e capacidade de rejuvenescimento do segundo, permanecem. Pelo menos até a próxima reforma.
Abaixo, entre cartela encimada por livro aberto e o barrete frígio, duas alegorias femininas, uma das quais portando livro, adornam a parte superior da janela.
A fachada do museu voltada para a Travessa Santa Luzia e para o Largo da Misericórdia está ornamentada com uma longa faixa de azulejos retratando, entre outros símbolos, dois psitacídeos – família das araras, periquitos e papagaios -, aves de estreita relação simbólica com a natureza brasileira e, portanto, bastante representativas num edifício cujo estilo se pretendia nacional. Dignos de nota são, ainda, os mínúsculos peixes jorrando água pela boca e cavalos-marinhos que adornam uma das faces do conjunto de prédios, vistos ao final desta postagem.
